Meus irmãos, companheiros de Espiritismo, Deus abençoe nossos corações e nossas tarefas.
O
movimento espírita é a representação do esforço do Plano Maior para a
unificação do nosso povo ante os ideais inspirados pelo Alto. No
entanto, percebemos que, nesse esforço de unificar o pensamento em torno
de Allan Kardec, muitos irmãos nossos traduzem união por fusão de
idéias.
É preciso compreender que Allan Kardec não deixou regras para se fazerem Espiritismo, reuniões mediúnicas ou se realizarem passes. O mestre Hippolyte Léon, dentro de suas observações lúcidas, estabeleceu as bases, os pilares irremovíveis: Deus, imortalidade da alma, reencarnação, mediunidade.
Na prática, houve orientações, com um respeito pela diversidade de cada povo, pela forma de cada centro, sem que as pessoas tenham de se fundir diante de uma cartilha.
É preciso compreender que Allan Kardec não deixou regras para se fazerem Espiritismo, reuniões mediúnicas ou se realizarem passes. O mestre Hippolyte Léon, dentro de suas observações lúcidas, estabeleceu as bases, os pilares irremovíveis: Deus, imortalidade da alma, reencarnação, mediunidade.
Na prática, houve orientações, com um respeito pela diversidade de cada povo, pela forma de cada centro, sem que as pessoas tenham de se fundir diante de uma cartilha.
O Espiritismo é liberdade, responsabilidade e trabalho incessante, com a compreensão das diferenças.
A
união deve ser a base da unificação, sem nenhuma pretensão de
superioridade para com aqueles que escolhem um caminho diferente dos
nossos. Espiritismo é inclusão, sem nenhuma atitude excludente por parte
dos que se julgam no caminho unificado.
É
preciso, antes de tudo, cativar as pessoas, tornar-nos e torná-las
amigos, a fim de, mais tarde, ganharmos um irmão ou um parceiro nos
ideais.
Não há movimentos oficiais ou movimentos paralelos. O que existe é o grande movimento de fraternidade do qual todos fazem parte, conservando cada um a sua liberdade de interpretação e atitudes e a pluralidade que tem como base a fidelidade ao pensamento de Allan Kardec.
Não há movimentos oficiais ou movimentos paralelos. O que existe é o grande movimento de fraternidade do qual todos fazem parte, conservando cada um a sua liberdade de interpretação e atitudes e a pluralidade que tem como base a fidelidade ao pensamento de Allan Kardec.
Em momento algum Kardec estabeleceu o conceito de pureza doutrinária. Ele falou e escreveu a respeito da fidelidade doutrinária.
O estabelecimento de uma pretensa “pureza” já determina a exclusão daqueles que pensam e interpretam a verdade de forma diferente. A exclusão já está implícita nesse conceito, já que são os homens que determinam o que é “puro” ou não.
O estabelecimento de uma pretensa “pureza” já determina a exclusão daqueles que pensam e interpretam a verdade de forma diferente. A exclusão já está implícita nesse conceito, já que são os homens que determinam o que é “puro” ou não.
É
preciso compreender: nós, os seguidores do pensamento espírita, devemos
primar pela união do pensamento em torno da doutrina, e não em torno da
interpretação doutrinária. União não é fusão.
Podemos ser e estar unidos sem que estabeleçamos regras de conduta para o outro seguir. Também não precisamos excluir aqueles que não pensam como nós. O projeto do Alto é conseguir a unificação, e não a padronização.
Podemos ser e estar unidos sem que estabeleçamos regras de conduta para o outro seguir. Também não precisamos excluir aqueles que não pensam como nós. O projeto do Alto é conseguir a unificação, e não a padronização.
Unir sem perder as características.
Unir conservando o direito de pensar diferente.
Unir sem perder a individualidade.
Unir, respeitando a pluralidade.
Unir sem nos transformarmos em máquinas humanas.
Unir conservando o direito de pensar diferente.
Unir sem perder a individualidade.
Unir, respeitando a pluralidade.
Unir sem nos transformarmos em máquinas humanas.
A união pressupõe respeito ao outro, sem que ele, o indivíduo ou o centro, seja marginalizado.
O
pensamento de oficializar o conceito de “pureza” é o mesmo que no
passado gerou o regime de Hitler, as fogueiras da Inquisição ou as
diversas perseguições ao longo da história. Essa forma de pensar foi a
responsável pelo estabelecimento do Index Proibitorium — ou a relação de
livros “proibidos” pela Igreja porque o seu conteúdo não respeitava as
“normas” preestabelecidas por aqueles que se consideravam puros.
O
trabalho de unificar é algo que transcende a forma; a interpretação é
aprofundada até as entranhas da alma do centro espírita e do indivíduo.
Unificar é algo mais interior do que interpretativo, sem as proibições e sem os preconceitos tão característicos dos movimentos humanos.
Unificar é algo mais interior do que interpretativo, sem as proibições e sem os preconceitos tão característicos dos movimentos humanos.
É
preciso urgentemente compreender a forma de o Codificador pensar, a fim
de que não extrapolemos em nossas observações e exigências. Observamos
que Allan Kardec muitas vezes discordava de seus opositores no campo das
idéias, respeitando e amando profundamente a pessoa.
Por
outro lado, vemos com lamento que em nosso movimento, quando alguém
expõe algum pensamento diferente, inovador ou que vá de encontro com o
que dizemos ser a verdade, a pessoa é excluída e o combate se faz, não
às idéias, mas ao indivíduo, que passa a sofrer a perseguição como se
ele fosse um inimigo público da pretensa “pureza doutrinária”,
simplesmente porque resolveu pensar por si próprio, de forma diferente.
Precisamos rever urgentemente a nossa forma de agir e de comportar em relação àqueles que não comungam com os mesmos ideais.
Aprendamos
com Jesus, com Allan Kardec, a respeitar as diferenças, a pluralidade
de pensamento e o direito de se pensar e agir por si mesmo, fora das
regras estabelecidas pela ignorância e prepotência humana.
Maria Modesto Cravo,
Psicografia de Robson Pinheiro
Psicografia de Robson Pinheiro